Um projeto coordenado pela Abert, da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) e da Anatel, que coordenam projeto para alavancar no país o Canal de Mensagens de Trânsito, o TMC, na sigla em inglês, pode estar começando a sair do papel. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) pretende ampliar a lista oficial de símbolos e códigos de trânsito que indicam situações como obras em rodovias, derramamento de óleo na pista ou tráfego congestionado, aumentando, assim, a eficiência do futuro projeto.
Em funcionamento há 20 anos na Europa e nos Estados Unidos, o TMC é um serviço que transmite, em tempo real e via rádio FM, informações detalhadas do trânsito como fluxo em vias, tempo de deslocamento, ocorrência de acidentes e até rotas alternativas. No Brasil, a proposta começa a ser pensada agora.
Somente uma lista mais detalhada e padronizada de “eventos de trânsito” vai permitir que o TMC informe com precisão as situações do dia a dia no trânsito das cidades, declararam os engenheiros, em reunião com assessoria técnica do Denatran, na última terça-feira, dia 6.
Com a implementação do TMC, as informações são apuradas, sistematizadas e transmitidas por meio do Radio Data System (RDS), um sistema de rádio para dados digitais. Com um decodificador, o RDS consegue transmitir conteúdo de texto que aparece no display do aparelho do motorista. Cerca de 150 emissoras no país têm essa tecnologia.
Poucas empresas de navegação digital, no entanto, oferecem serviços de informações de trânsito no Brasil. São elas as encarregadas de produzirem, sistematizarem e transformarem os dados para um formato digital. O papel das rádios é o de transmitir essas informações ao motorista. Atualmente, algumas emissoras testam o serviço em São Paulo e no Rio de Janeiro.
As informações são repassadas ao ouvinte no display do receptor de rádio, em formato de texto ou mapa digital. Ele pode visualizar (como em um GPS), como está o fluxo de carros em uma via, o tempo médio em que levará para ir de um ponto ao outro, se há árvores caídas na pista depois de fortes chuvas.
“Será mais um serviço prestado pela radiodifusão brasileira. Temos todo o interesse de agilizar esse processo pela proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas, que demandarão grande tráfego nas cidades que vão sediar os eventos”, explica o diretor de Tecnologia da Abert, Ronald Siqueira Barbosa.
A sugestão dada ao órgão que fiscaliza e organiza o trânsito no país é a de que a nova lista de códigos seja adotada com base em uma norma da ABNT que será colocada em consulta pública no ano que vem. A tabela foi inspirada em símbolos internacionais.
A proposta dos engenheiros da Abert e da AEA é a de que, no futuro, os governos criem em cada estado uma central pública de dados para o TMC. O órgão reuniria e transmitiria informações não só para as rádios FM, mas também a prestadores de serviços estratégicos que precisam de rápido deslocamento, como polícia, corpo de bombeiros e ambulâncias. O modelo do serviço nos Estados Unidos é privado. Já na Europa o órgão prestador é estatal.
No Brasil, várias emissoras que possuem a tecnologia RDS. O sistema vem se popularizando entre as emissoras devido a grande variedade de receptores que são compatíveis. Além dos rádios dos carros, a tecnologia também é uma realidade nos celulares das mais variadas companhias.
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