sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cadeirinha sem choro


Uso de assentos especiais no carro para crianças de até 7 anos e meio é obrigatório por lei. Mas convencer o filho a ficar no equipamento nem sempre é tarefa fácil

Quem tem criança em casa já deve saber que o uso de cadeirinhas especiais no carro é obrigatório no Brasil desde 2010. O equipamento é a única forma segura de transportar uma criança no veículo. O problema é que nem sempre os filhos colaboram. Na hora de ir para a cadeirinha, eles ficam inquietos, irritados e se recusam a permanecer no assento. Para evitar a choradeira e garantir a segurança deles, os pais podem tomar algumas providências...
Normalmente, os problemas começam por volta dos 2 anos de idade, quando a criança passa a ter vontades próprias, mas ainda não compreende que o uso da cadeirinha é importante. Antes de tentar qualquer argumento, é preciso se certificar de que o equipamento está instalado corretamente, pois é possível que a criança se sinta desconfortável se alguma coisa estiver fora do lugar. As instruções do fabricante fornecem as informações específicas para cada modelo e devem ser seguidas à risca.

Para a coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia, o ideal é habituar a criança à cadeirinha desde bem cedo. Assim, ela aprenderá que aquele é o lugar dela e não reclamará. “Se a criança for colocada na cadeirinha desde o primeiro dia de vida, vai crescer acostumada com o equipamento”, afirma. O processo de familiarização com a cadeirinha pode começar dentro de casa. “Os pais podem fazer a interação com a cadeirinha, a partir de brincadeiras dentro de casa, relacionando o equipamento a momentos divertidos”, sugere Alessandra.

Regra é regra
O percurso pode ser curto, até a padaria, o supermercado ou a casa da avó. Mesmo assim, é imprescindível que os pais assumam a autoridade na hora de manter a regra em qualquer situação. “Eles não podem abrir exceções. O uso da cadeirinha é inegociável”, afirma Alessandra. Por outro lado, viagens longas exigem paciência dos pais. Qualquer criança vai ficar incomodada se for mantida dentro de um carro por horas a fio. Nesses casos, Alessandra sugere paradas frequentes, para que a criança saia do carro e se distraia um pouco.

Dentro do veículo, o entretenimento pode ser garantido com músicas e brinquedos. “Os pais podem dar brinquedos que não tragam riscos em caso de freadas bruscas, ou colocar DVDs de que a criança goste”, ensina a psicóloga Juliana Helena Silvério, que trabalha com terapia comportamental infantil. Outra dica da terapeuta é cantar junto com a criança.

Em caso de choro, Juliana sugere que os pais esperem até que a criança se acalme, oferecendo algo para beber ou um brinquedo para distraí-la, mas sempre mantendo o filho na cadeirinha. “A mensagem para a criança deve ser de que o carro só se movimenta se ela estiver na cadeirinha”, explica.

Segundo ela, a criança que é ensinada a usar a cadeirinha desde muito pequena e em qualquer circunstância, raramente reclama. “Quando reclama, geralmente é devido a outros problemas que não a cadeirinha, como fome, sono, irritação ou doença”, explica.

Equipamento reduz em 71% o risco de morte
Em 2010, segundo o Ministério da Saúde, 685 crianças de até 14 anos morreram e 3.673 foram internadas vítimas de acidentes como passageiras de veículos. Após um ano da obrigatoriedade, a cadeirinha reduziu em mais de 40% as mortes de crianças com até 7 anos em acidentes de carro no Brasil, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

Multa
A legislação diz que menores de 10 anos de idade devem ser transportados no banco traseiro. Até os 7 anos e meio, as crianças precisam estar em equipamento de retenção adequado ao peso e à idade. A falta do dispositivo pode render multa de R$ 191,54 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além da apreensão do veículo para regularização.

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