Pesquisadores da Universidade da Califórnia analisaram a exposição a poluentes de crianças que andam em carros com fumantes. O estudo mostrou que passar dez minutos em um veículo nessas condições aumenta em até 30% a exposição diária da criança a poluentes nocivos. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira, no periódico Tobacco Control.Os pesquisadores mediram os níveis de poluentes no interior de um carro parado, no qual um voluntário fumou três cigarros em um intervalo de uma hora. Foram medidos os níveis de material particulado (MP), hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), monóxido de carbono (CO) e nicotina...
As medições foram feitas no banco de trás, na altura de uma criança, uma vez com as janelas da frente completamente abertas e outra com abertura de apenas dez centímetros. Para fins de controle, também foram realizadas medições do lado de fora do veículo.
Os resultados mostraram que o nível de poluentes dentro do carro, independentemente da posição das janelas, era três vezes maior do que aquele do lado de fora. Dessa forma, dez minutos passados dentro de um carro com um fumante podem elevar em até 30% a exposição diária de uma criança a material particulado (partículas de poluentes encontradas em suspensão no ar), por exemplo. A poluição dentro do veículo chegou a ser maior do que a média de restaurantes e bares.
Crianças em risco — De acordo com o estudo, nos últimos 13 anos foi observada uma redução nos níveis de cotinina (substância que se forma no organismo após a inalação da nicotina) em adultos não fumantes, mas em crianças com pais fumantes esses níveis permaneceram estáveis.
Uma explicação para isso seria o fato de que as leis de controle do tabagismo são direcionadas principalmente para locais de trabalho, bares e restaurantes, que não costumam ser frequentados por crianças. Filhos de fumantes são expostos ao fumo passivo, na maioria das vezes, em casa ou em veículos. De acordo com os autores, poucos países têm legislação que proíbe o fumo em automóveis com crianças, como Austrália, África do Sul, Canadá e Emirados Árabes. Em territórios americanos, apenas Arkansas, Louisiana, Califórnia, Maine e Porto Rico têm essa proibição.
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