O Ministério da Justiça fez um alerta, e não é por falta de aviso: as empresas chamam, botam anúncios nos jornais, revistas, nas TVs, nas rádios. Mas ainda tem muita gente que simplesmente ignora e não vai trocar ou consertar o produto com defeito. Um risco desnecessário...
Dois recalls em um período de três anos. Experiências que Miraci Oliveira não gosta nem de lembrar. Um carro tinha defeito no motor e o outro no banco. “Uma falta de respeito, porque tempo é uma coisa tão preciosa na vida da gente e para você mandar reparar esses danos você perde muito tempo”, diz.
O recall é de graça, mas em quase todos os casos é preciso fazer um agendamento. De janeiro até agora foram 28 campanhas chamando consumidores para trocar peças defeituosas de veículos. Mas a média tem sido a seguinte: quatro em cada dez motoristas não aparecem para fazer os reparos, segundo o Ministério da Justiça.
Os recalls mais comuns esse ano foram os de motos e carros, e tem sido assim desde 2002. No topo da lista estão: os de veículos – com 404 campanhas; os de produtos de saúde – com 34; e os de itens de informática – com 21.
Mas tem recall de tudo. Só que, segundo levantamento do Procon de São Paulo, muitos são praticamente ignorados pelos consumidores. Entre eles: os de brinquedos, alimentos, lâmpadas.
Há um ano e cinco meses o fabricante de lâmpadas avisou o perigo de incêndio por conta de um superaquecimento em 319 mil unidades. Menos de 1% foi trocada.
E o recall de um preservativo. Há 10 meses a empresa informou que 116 mil camisinhas estavam com problema de resistência. Menos de 10% foram substituídas.
Poucos consumidores também apareceram para trocar o carrinho de bebê com risco de ferimentos graves para a criança. Foram só 14%, e a campanha é de 2009.
Para o Procon de Brasília, as empresas têm que deixar mais claros os riscos de não se fazer o recall. E lembra que o quanto antes for feito, melhor para o consumidor.
“É importante dizer que o recall ele vale durante toda vida útil do produto, mas os consumidores podem ir deixando para um momento mais oportuno e acabam até esquecendo. É terrível, porque é a própria segurança, e a saúde do consumidor, que está sendo posta em risco”, afirma Luiz Cláudio da Costa, vice-diretor do ProconDF.
O Ministério da Justiça diz que tem cobrado clareza nas campanhas e criado sistemas que incentivem os consumidores a fazerem os recalls. No caso de veículos, a informação se o reparo foi feito ou não vai estar no Registro Nacional de Veículos Automotores, o Renavan.
“Se o consumidor não realizar essa campanha de recall constará no certificado do veiculo. Aumentando o acesso a informação, para que ele também seja lembrado da importância de se realizar a campanha de recall” Amaury Oliva, diretor da Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça.
O consumidor deve exigir e guardar o comprovante de que o recall foi feito. Que, em caso de venda, deve ser entregue ao comprador. O consumidor que tiver dúvidas ou quiser fazer uma reclamação, pode sempre procurar o Procon da cidade dele.
Fonte: Bom Dia Brasil
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