Enfrentar longos congestionamentos cotidianamente pode ser determinante para desencadear prejuízos à saúde física e psicológica. Além de dores nas costas e membros superiores, o estresse e as alterações comportamentais são consequências do trânsito na vida dos motoristas.
Dirceu Rodrigues Alves Jr., chefe do Departamento de Medicina do Tráfego Ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), destaca que o estresse pode ser físico, devido a movimentos repetitivos, psicológico, causado pelo medo da violência, ou social, pela constatação da perda de tempo e por estar longe de casa.
Os sintomas são os mais variados, segundo Alves. “As pessoas podem ficar ansiosas, tensas, ter dor de cabeça ou até mesmo distúrbios comportamentais, com agressividade excessiva chegando a agressão”, comenta. O momento certo para procurar ajuda profissional é quando o cidadão não consegue mais tolerar o trânsito e os sintomas. “Uma alternativa que pode ajudar é fugir do trânsito individual e partir para o coletivo, como o metrô”, acrescenta o especialista.
No momento da tensão, dentro do carro, a dica de Alves é realizar uma higiene mental, seja com músicas ou noticiário. Outra opção é realizar alongamento das articulações: punho, joelhos e cotovelos. “Quando a gente faz movimento muscular libera endorfinas (analgésicos) que trazem sensação de bem estar e alívio”, explica o chefe do Departamento de Medicina do Tráfego Ocupacional da Abramet.
Problemas ortopédicos
As dores cervicais, lombares, nos joelhos e membros superiores (ombro, cotovelo e antebraços principalmente) são os principais problemas ortopédicos em função do trânsito. Walter Fukushima, professor de ortopedia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), esclarece que no período em que estão dirigindo as pessoas ficam em posição desconfortável anatomicamente.
A orientação do especialista é fazer uma parada a cada 15 minutos ou meia hora para esticar a perna e a coluna e beber água. “As pessoas devem ficar no máximo uma hora no trânsito parado”, destaca. Fukushima destaca ainda que não é recomendado tomar nenhum tipo de medicação enquanto está dirigindo, pois os remédios podem causar sonolência , por exemplo.
Para aqueles que costumam dirigir por mais de uma hora com frequência ou mais de 70 quilômetros por dia, o ideal é procurar um especialista para fazer uma avaliação. Outro detalhe que pode fazer diferença é a prática de atividades físicas rotineiramente como forma de aliviar o estresse.
Repórter Diário
Nenhum comentário:
Postar um comentário