O grande perfil da vítima no trânsito é: homem, com mais idade, conduzindo veículo no fim de semana entre as 18h e 24h. É justamente o momento da maturidade e plenitude do indivíduo, quando ele se encontra e se sente mais firme na vida, com sua carreira encaminhada e acaba se arriscando ou se envolvendo em um acidente.
Uma possibilidade é que a causa resida na teoria do risco aceito. Pela teoria, o indivíduo estabelece determinado nível de risco que ele assume e considera aceitável para si. No trânsito, quanto mais equipamentos de segurança o veículo apresentar, será maior a velocidade que o homem irá considerar como controlável, representando assim mais situações de risco em que o motorista acabará se expondo. Quanto mais tempo de direção ele tiver, com maior frequência ele dirigirá à noite e fará ultrapassagens arriscadas.
E AGORA? 65 ANOS
Nos idosos, os traumas causados por acidentes de trânsito têm recuperação demorada. Para um mesmo tipo de acidente, estudos demonstram que o tempo médio de internamento de um jovem é de aproximadamente cinco dias, enquanto que para um idoso, a internação ultrapassa duas semanas.
A capacidade de dirigir significa a independência para muitos motoristas idosos, assim, é fácil concluir que a inaptidão da habilitação representa para o idoso uma dolorosa perda provocada pelo processo natural do envelhecimento, já que o ato de dirigir exige interação entre estímulos e respostas rápidas, diante das muitas situações e modificações que ocorrem no trânsito no momento em que está se conduzindo um veículo.
As alterações relacionadas com a idade que mais afetam a capacidade do idoso, seja na condição de motorista ou como pedestre, são: prejuízos cognitivos, diminuição da velocidade psicomotora, mudanças sensório-perceptivas, doenças crônicas e o uso constante de medicamentos.
ANDAR
É uma atividade sadia e que mantém a forma física do idoso que está sempre indo ao banco, fazendo compras, visitando alguém e por consequência necessita atravessar ruas, avenidas e estradas, razão pela qual sofre nessas ocasiões uma exposição maior ao perigo dos veículos.
Devido à restrição de suas capacitações e os reflexos geralmente comprometidos nessa idade, certas dificuldades foram detectadas em motoristas idosos em pesquisas realizadas:
1 – Manobrar à esquerda, atravessando um tráfego;
2 – Adentrar em uma via de alta velocidade;
3 – Trocar de faixa em uma pista congestionada;
4 – Transpor cruzamentos com alto volume de tráfego;
5 – Parar rapidamente em uma pista de tráfego.
Portanto, ações devem ser tomadas com o objetivo de evitar os acidentes, como construção de passarelas, melhorar a iluminação, faixas de segurança, barreiras que impeçam travessias em locais de risco e a conscientização na educação do trânsito com ações efetivas tanto para os motoristas quanto para os pedestres, evitando confronto que muitas vezes pode ser fatal.
Diário do Grande ABC
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