A recomendação da Academia Americana de Pediatria, publicada em 21 de março, baseia-se num estudo de 2007 da Universidade da Virginia que descobriu que crianças de até 2 anos têm 75% menos chance de sofrer lesões graves ou fatais num acidente se estiverem de costas para a dianteira do automóvel.
“A cabeça do bebê é relativamente grande em proporção ao resto do corpo e os ossos do seu pescoço são estruturalmente imaturos”, disse o principal autor da declaração, Dennis R. Durbin, codiretor científico do Centro de Pesquisa e Prevenção de Lesões do Children’s Hospital da Filadélfia. “Se ele estiver virado para a traseira, seu corpo inteiro será mais bem amparado pela estrutura do assento. Quando ele está de frente, seus ombros e tronco podem estar bem presos, mas numa batida violenta a cabeça e o pescoço podem ser lançados para frente”.
A nova declaração também recomenda que crianças mais velhas andem num assento de elevação até ter aproximadamente 1,45 metro de altura e entre 8 e 12 anos. O assento de elevação permite que os cintos de segurança de três pontos se ajustem adequadamente, o que significa que a faixa inferior do cinto se ajuste embaixo na linha dos quadris e da pélvis e a parte do ombro passe pelo meio dos ombros e do peito.
“Nossas recomendações se destinam a ajudar os pais a abandonar conceitos tomados como verdadeiros baseados na idade da criança”, esclareceu Durbin. “Queremos que eles percebam que a cada mudança feita, da cadeirinha virada de costas para a cadeirinha virada para frente e desta para o assento de elevação, há uma redução da segurança da criança. Por isso é que estamos insistindo com os pais para adiarem essas transições o máximo possível”.
Defensores da segurança aplaudem a nova política, mas dizem que a passagem dos assentos virados para trás para os virados para frente é a que os pais menos querem adiar. “As pessoas comemoram quando viram a cadeirinha do filho com um ano, mas espero que um dia eles comemorem por conseguir manter a criança virada para trás por muito tempo”, disse Debbi Baer, enfermeira obstétrica de Baltimore que é defensora da segurança de crianças em automóveis há mais de 30 anos.
A política anterior da Academia, de 2002, afirmava ser mais seguro para bebês e crianças pequenas ficarem virados para a traseira e mencionava 12 meses e 9 kg como os requisitos mínimos para que a cadeirinha fosse virada para frente. Mas Baer, técnico habilitado em segurança de passageiros infantis, afirmou que os pais tendiam a adotá-la como uma regra imutável.
Portal do trânsito
Nenhum comentário:
Postar um comentário