sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Chineses decidem suspender investimento em fábrica de automóveis no Brasil


montadora
A Jac Motors desistiu de construir uma montadora de automóveis no Brasil

A marca chinesa de veículos JAC Motors decidiu suspender os planos de instalação de fábrica no Brasil enquanto o governo não rever a medida que elevou por um ano o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo a assessoria de imprensa da companhia, o empresário brasileiro Sergio Habib, responsável pela JAC no Brasil, decidiu suspender a instalação da fábrica de R$ 900 milhões enquanto não conseguir um entendimento com o governo para a revisão da medida imposta para frear a importação de veículos.
Após reunião com entidade que representa importadores, Abeiva, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na tarde de quinta-feira, Habib afirmou que tem confiança de que vai conseguir um acordo com o governo. Por isso, a JAC segue com o plano de pelo menos escolher o local de sua fábrica no Brasil até o final do ano, informou a assessoria da montadora. O anúncio do empresário ocorreu depois que a também chinesa Chery, que está construindo uma fábrica em São Paulo, obteve liminar que prorroga para dezembro a cobrança da alta de 30 pontos percentuais do IPI imposta pelo governo na semana passada .

“Para se enquadrar na legislação e não ter IPI maior, tem que ter conteúdo local de 65 por cento. Qualquer fábrica do mundo não consegue atingir isso no primeiro ano, tem que desenvolver fornecedores”, informou a assessoria de imprensa da JAC, citando Habib.
A JAC anunciou em agosto que começaria a construir uma fábrica com capacidade para 100 mil veículos no Brasil em 2012, com expectativa de conclusão em 2014.
“Não faz sentido investir R$ 900 milhões e assim que começar a fabricar nossos carros, continuarmos pagando IPI equivalente a de carro importado porque não atingimos os 65% (de nacionalização)”, afirmou a assessoria. “Se for para fazer todo este esforço e pagar o mesmo IPI que pagamos hoje, preferimos continuar importando”, acrescentou.

Novo mercado
Na outra ponta da cadeia produtiva, o McLaren Group, que gerencia a escuderia de Fórmula 1 e recentemente entrou no mercado de carros esportivos de luxo, informou nesta sexta-feira que planeja realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) no prazo de cinco anos e que considera todos os mercados para isso, inclusive Cingapura. O presidente-executivo da empresa, Ron Dennis, disse a jornalistas que a companhia está no caminho para mais que dobrar a produção, para 4 mil veículos anuais, buscando atender a demanda por automóveis de luxo, principalmente na Ásia.

– Em cinco anos, vamos analisar todos os mercados – disse Dennis, em visita para lançar um modelo no país e acompanhar o Grande de Prêmio de Cingapura.
No início desta ano, a McLaren lançou o esportivo MP4-12C, que tem dois lugares e compete com os modelos 458 Italia (Ferrari) e Gallardo (Lamborghini), e custa cerca de 168,5 mil libras no Reino Unido (US$ 260 mil).
Correio do Brasil

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