A emissão de dióxido de carbono (CO²) por passageiro é quase oito vezes maior em automóveis leves do que em ônibus e 36 vezes superior aos índices registrados em metrôs, informa a publicação “Poluição Veicular Atmosférica”, divulgada há pouco pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Diante desse resultado, a pesquisa constata, no Dia Mundial sem Carro, sem surpresa, que o controle da emissão dos gases causadores do efeito estufa depende de “estimular o uso do transporte público coletivo nos deslocamentos cotidianos da população”.
O levantamento do Ipea dividiu os poluentes em dois tipos: locais, quando o impacto maior é no entorno da emissão; e globais, quando os gases atingem a atmosfera e impactam todo o planeta. O índice de emissão de poluentes locais (fuligem, monóxido de carbono, óxido de enxofre) vem se reduzindo desde 1990 e, segundo o Ipea, deve continuar recuando até 2020. Esse fenômeno é resultado de “políticas de controle veicular”, que incentivaram aumento e eficiência dos motores de carros e motos.
Entretanto, a pesquisa mostra que a emissão de poluentes globais, especialmente gases de efeito estufa, como o CO², não recuou, já que tem havido forte crescimento da quantidade de veículos nas ruas das cidades brasileiras. O Ipea conclui que “dificilmente” a indústria conseguirá aumentar a eficiência dos motores ainda mais e, portanto, “o cenário de inversão da queda de emissões totais dos poluentes locais torna-se bastante provável face ao aumento da frota e dos congestionamentos urbanos”.
Nos últimos 15 anos, segundo o estudo, a frota de automóveis cresceu 7% ao ano; a de motocicletas, 15%; e a demanda por transporte público recuou cerca de 30% no período. A mudança é, segundo o Ipea, reflexo de políticas do governo para incentivar o mercado automotivo.
Globo.com
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