segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Combustíveis têm data de validade, mas falta fiscalização nos postos sobre o prazo

Quando você vai ao supermercado, na hora de adquirir um produto, provavelmente presta atenção na data de validade, desconfiando até se o preço estiver baixo demais. Pois bem, a mesma preocupação deveria valer tanto diante das gôndolas quanto das bombas de combustível dos postos. Afinal, combustível também tem validade. A determinação do tempo é relativa, já que pode depender da localidade de armazenagem, condições climáticas, estado do tanque, o tipo de refino ou até mesmo o produtor. Ou seja, no máximo é possível chegar a uma média. Ainda assim, ao consultar distribuidoras sobre a validade dos diferentes combustíveis, tivemos uma surpresa em relação às respostas divergentes.

O tempo de oxidação varia bastante, podendo ir de um mês a até um ano. Passado o prazo, o combustível começa a perder suas propriedades, o que pode causar perda de rendimento ou até a formação de borra, principalmente se armazenado em depósito velho, com infiltrações. “Perdem-se algumas características do combustível, que podem acarretar em maior consumo e perda de potência. Fora isso, uma gasolina muito velha pode trazer problemas mais físicos, como atacar o filtro de combustível, que vai reter a sujeira guardada no tanque do carro”, alerta Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat. Por isso mesmo, a maioria dos modelos flex costuma injetar gasolina do sistema de partida auxiliar mesmo quando abastecido com gasolina ou em clima quente, para não deixá-la envelhecer no tanquinho.
Entre as distribuidoras consultadas, a ALE Combustíveis foi a mais esmiuçada e informou a validade de todos os combustíveis. Segundo a empresa, o etanol é o combustível que menos sofre oxidação e pode ficar até um ano guardado no tanque em condições normais. No geral, a gasolina oxida bem mais rápido. Depende do tipo de refino, entre outras condições, mas o prazo seria de quatro meses, o mesmo valendo para as gasolinas com maior octanagem e aditivos. Já o diesel dura seis meses, cerca da metade do tempo do etanol.
S50 Contudo, para o recém-introduzido diesel S50, com menor teor de enxofre, o prazo baixa consideravelmente: apenas um mês. O combustível mais limpo é vital para o bom funcionamento dos novos caminhões e picapes que atendem os limites de emissões mais rígidos do Proconve P7 e L6, respectivamente. Na prática, a frota de veículos desse tipo ainda é pequena, pois os modelos antigos e mais poluidores poderão ser vendidos até 31 de março. Logo, o diesel S50, que também é mais caro, tende a encalhar, o que gera preocupações em relação ao seu pequeno prazo de validade. A saída deve ser a venda em promoção do combustível para evitar o problema. Segundo comunicado da ALE, não há norma ou lei que defina a durabilidade dos combustíveis. No caso do diesel S50, por ser um combustível recente no mercado, ainda não há dados de análise a longo prazo e, por isso, o importante é seguir a recomendação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que diz ser necessário avaliar a qualidade do combustível a cada 30 dias.
A Petrobras foi mais generalista e indicou a validade de apenas dois meses para todos os combustíveis, sem distinções. A área técnica da Ipiranga afirmou que as condições podem variar a ponto de ser impossível estipular a data exata de expiração, como também qualquer média. Consultada sobre a questão da fiscalização da validade, a ANP não se pronunciou até o fechamento da edição. Entre os parâmetros fiscalizados pela agência está a fiscalização da qualidade do combustível expressa em boletins mensais, mas sem exigências em relação ao tempo de armazenagem. Ou seja, quando você pega um produto na gôndola para colocá-lo no carrinho, pode verificar a sua validade como a lei exige. Já quando o assunto é o seu automóvel, o resultado pode ser uma tremenda indigestão.
FONTE: Vrum.com

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