Um trabalhador de Belo Horizonte com renda mensal de R$ 3.000 e que gasta, em média, 34,4 minutos no trajeto entre a casa e o trabalho tem prejuízo anual de R$ 4.125 em razão dos congestionamentos. Além do que deixa de ganhar por estar preso no trânsito, o motorista engarrafado também engorda a conta do custo social e ambiental do tráfego carregado. Segundo a Associação Nacional deTransportes Públicos (ANTP), o custo de um deslocamento – que considera o impacto social (acidentes e emissão de poluentes), tributos e gastos com manutenção e abastecimento do veículo – soma em Belo Horizonte R$ 5,96 para deslocamento de um trecho de 7 km. Para quem dirige 10 km por dia, a conta anual é de R$ 2.040...
“A relação dos custos é mesmo impressionante, mas é difícil encontrar um único critério para achar essa relação, porque são vários componentes que vão entrando na conta”, diz o professor de MBA e Logística da FGV/IBS, Alex Oliva. “Os custos de frete, a dificuldade de locomoção e o tempo perdido no trânsito trazem impactos diretos em várias outras relações econômicas e sociais e que são muito difíceis de mensurar”, explica.
Contas. A primeira conta leva em consideração o tempo médio (34,4 minutos) gasto pelo trabalhador belo-horizontino no trecho entre sua casa e o trabalho, segundo estudo divulgado em março pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “A partir daí, é uma conta simples. Basta calcular a remuneração da hora trabalhada e quanto tempo ele deixa de produzir por estar no trânsito”.
Entre 2004 e 2009, a Fundação Dom Cabral publicou um estudo do professor Paulo Resende sobre os impactos do congestionamento nas grandes cidades brasileiras. O levantamento era feito com dados de quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Na capital mineira, foram avaliados o trânsito nas avenidas Cristiano Machado, Pedro II, Antônio Carlos e Amazonas.
Embora à época da coleta dos dados o volume de obras não fosse tão intenso na cidade, o estudo já identifica um aumento médio anual de 14,7% no tempo de congestionamento a partir de 2004. Em Belo Horizonte, mais de 40% das pessoas perdem uma hora por dia no trânsito, enquanto 10% dos motoristas passam mais de três horas diárias ao volante.
Fonte: O Tempo
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