segunda-feira, 28 de maio de 2012

Autoescola pode ser avaliada em caso de alto índice de reprovação de alunos

Em Belo Horizonte, mais da metade dos candidatos não passa no teste
O alto índice de reprovação nos exames para tirar carteira de motorista está fazendo muita gente se preocupar com o ensino nas autoescolas. Em Belo Horizonte, mais da metade dos candidatos não passa no teste.
Em três tentativas, Ariadne não conseguiu estacionar o carro entre as balizas. “Não coube o carro numa vaga deste tamanho”, ri.
Renata cometeu erros básicos. “Você não percebeu que o freio de mão estava puxado”, avisa o avaliador.
Em Belo Horizonte, mais de 67% dos inscritos não passam nos testes de direção. Em algumas autoescolas, a reprovação chega a 84%. As empresas alegam que a lei permite aos alunos fazer a prova com apenas 20 aulas...
“O problema é que a maioria dos candidatos entende que aquelas 20 aulas exigidas em lei são suficientes. E querem fazer o exame a qualquer custo nessa quantidade de aulas”, explica Rodrigo Fabiano da Silva, do centro de formação de condutores de Minas Gerais.
O alto índice de reprovação pode levar a mudanças nos processos de formação do condutor. É que os centros responsáveis pela preparação dos novos motoristas também têm que ser avaliados. Podem até perder o direito de funcionar, dependendo do resultado dos alunos.
Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que, para renovar o credenciamento, os Centros de Formação de Condutores (CFC) devem ter índices de aprovação superiores a 60%.
Em Pernambuco, os que não atingirem a meta vão responder a processo administrativo. No estado do Rio, dos 550 centros, 453 têm de apresentar um novo plano pedagógico. Mato Grosso, São Paulo e Minas ainda elaboram um sistema de avaliação.
“O erro é da autoescola? É do processo de formação? O candidato fez poucas aulas ou meu examinador está sendo muito rígido? Então, eu tenho que ter um raio-x para realmente começar a punir realmente o CFC”, aponta Anderson França, do Detran de Minas.
Uma especialista em educação no trânsito, defende o aumento do número mínimo de aulas de direção. Mas também mudanças na qualificação de instrutores e avaliadores, e que a formação dos motoristas deve começar no Ensino Fundamental.
“O que a gente quer mudar é o foco: educação. E não simplesmente adestramento para tirar carteira”, diz.

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