Nas estradas federais, 15,4% mais mortes e 7,9% mais tráfego em 2010 colocaram 8.516 famílias de luto. Isso indica que há muito a discutir sobre os efeitos, na qualidade de vida do brasileiro, dos modelos, investimentos e ações sobre os transportes.
Constroem-se rodovias. Conservam-se rodovias. Fiscaliza-se o tráfego, os veículos, os condutores. Projetam-se novas vias. Aperfeiçoam-se os veículos. Milhões e milhões, diz-se, são investidos nos transportes. Isso sugere a necessidade de avaliar as relações e os fatos que acompanham esses acontecimentos. Novas rodovias, ampliações, asfaltamento, projetos no papel, uso de radares, lombadas eletrônicas, policiais rodoviários, balanças, lei seca nos chegam como soluções para reduzir mortes nas rodovias. Necessárias, mas não o suficiente ainda.
A falha humana é uma das causas de acidentes. A formação de condutores tem falhas e compete ao poder público agir com mais eficácia e eficiência para corrigir as falhas na cultura de condução de veículos. Na frota de veículos, aumentou o número de motocicletas. E a motocicleta tornou-se também um veículo de transporte de cargas e passageiros. As motos provocam cada vez mais mortes. Mas nada se faz para aperfeiçoar a condução de motocicletas e reduzir o crescimento exponencial de mortes provocadas por esse veículo. A sociedade não fala e todos fazem parte dela. Cada setor da economia é uma parte da sociedade. Cada vida que se vai é uma perda para a sociedade. Se a perda de vidas aumentou no transporte, o que se fez para os transportes também não foi suficiente e compatível para proteger o brasileiro, porque nada justifica erros ou omissões nas rodovias federais.
A voz da sociedade é o poder público, dirigido por nossos representantes eleitos. Um bom investimento que se deve esperar é a educação dos condutores para facilitar um trânsito mais humano e com menos mortes.
Folha.com
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