Nos últimos dez anos, a demanda por transporte público no Brasil caiu 30%, o que significa que o uso do veículo individual motorizado vem aumentando cada vez mais. A venda de motocicletas cresceu 19%, e de automóveis, 9%. Estes dados foram divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
De acordo com o estudo “A mobilidade urbana no Brasil”, uma das principais consequências do aumento da frota de veículos privados é o crescimento do tempo de deslocamento da população. Segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 1992 e 2008, o tempo médio do percurso casa-trabalho nas dez principais metrópoles brasileiras subiu aproximadamente 6%. O percentual de pessoas que gastam mais de uma hora no trajeto para o trabalho subiu, passando de 15,7% para cerca de 19%.
Segundo Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, a queda na procura por transporte público está ligada ao aumento da renda da população e do incentivo à compra de automóveis, além da falta de investimentos do Governo Federal em trens, metrô e ônibus.
- Quanto menos gente usa os transportes públicos, mais cara fica a tarifa. E os investimentos em transporte público não são fatores determinantes, pois até 2009, apenas 4,73% do CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) foram destinados ao transporte público.
Ainda segundo Carlos Henrique, 90% dos incentivos governamentais foram destinados a automóveis e só 10% para transporte coletivo. O pesquisador do Ipea defende o equilíbrio da distribuição financeira de recursos.
- Nós defendemos que o governo destine mais investimentos na infraestrutura da mobilidade urbana, pois o aumento do uso de veículos particulares aumenta a poluição, os congestionamentos e o número de acidentes nas regiões metropolitanas.
R7. com
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