A experiência pessoal de médicos que trabalham no atendimento de emergência nos prontos-socorros de Curitiba confirmam que 50% das vítimas de acidentes de trânsito chegam com sinais de consumo de bebida alcoólica. A informação consta do relatório final da Comissão Especial sobre as Causas e Consequências do Consumo Abusivo de Bebida Alcoólica da Câmara dos Deputados, que foi apresentado no dia 28 de março em Brasília...
“Não existem estatísticas. Mas levantamentos informais e a experiência dos profissionais que trabalham confirmam esta situação”, alerta Gustavo Justo Schulz, coordenador da Câmara Técnica de Urgência e Emergência do CRM-PR (Conselho Regional de Medicina).
“Esta é a situação que vivenciamos no pronto-socorro do Hospital do Trabalhador”, conta. “E pelo menos 40% destes que chegam com sinais de consumo de bebida estão com níveis elevados de álcool”, revela.
O médico diz que é difícil se obter estatísticas sobre o assunto. “Não podemos fazer testes de alcoolemia com as vítimas. A Lei Seca só permite isto com o consentimento da pessoas”, explica. “Temos que pensar em mudar a lei para não só termos uma situação real do problema, mas também para punir os responsáveis”.
O médico ortopedista Marcelo Abagge, presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, que também trabalha na emergência do Hospital do Trabalhador, reforça que é alto o índice de vítimas de acidentes de trânsito que chegam com sinais de embriaguez.
“O hálito etílico é comum. Mas não podemos afirmar com precisão. Mas não está fora da realidade este índice de 50% com sinais de uso de álcool”, confirma. Segundo ele, é preciso que a lei seja mais rigorosa e a fiscalização mais presente. “Não é só uma questão de segurança pessoal, mas coletiva. Beber e dirigir não combina e traz consequências graves”, alerta.
Fonte: Band.com.br
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