quarta-feira, 7 de março de 2012

Ciclistas banalizam segurança no trânsito

Capacete e óculos de segurança estão associados às competições que reúnem só 1% dos ciclistas. A falta de proteção aumenta o risco de doenças oculares e acidentes graves.
O ciclismo vem ganhando força no Brasil. Levantamento da Abraciclo, associação que representa os fabricantes do setor, revela que o País tem uma frota de 65,1 milhões de bicicletas, é o quinto maior consumidor no mundo e responde por 7% deste mercado.
Esta seria uma ótima notícia, não fosse a falta de segurança dos ciclistas brasileiros. Além da escassez de ciclovias que incentiva o tráfego em vias compartilhadas, poucos usam capacete e óculos de proteção. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, perito em medicina do trânsito e membro da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), no Brasil o uso de capacete e óculos de proteção está associado às trilhas e competições. Significa que a maioria dos ciclistas banaliza a segurança no trânsito. Isso porque, estimativa da Abraciclo mostra que o uso da bicicleta no País está dividido em: 50% para transporte, 32% uso infantil, 17% recreação e 1% competição.
O uso de óculos para ciclismo pode reduzir em 90% os acidentes oculares durante o trajeto e evita doenças nos olhos desencadeadas pela exposição à radiação UV (Ultravioleta) emitida pelo sol – ceratite, pterígio, catarata e degeneração macular. Além disso, elimina o risco de lesões na córnea e descolamento de retina decorrentes da penetração de corpo estranho nos olhos, diminui o ressecamento da lágrima que torna a visão embaçada e evita falhas na condução associadas ao desconforto visual.
Brasil adota novo padrão de proteção UV
O especialista que é consultor médico da Abióptica (Associação Brasileira das Indústrias Ópticas) afirma que o Brasil acaba de adotar o padrão de proteção de 400nm para lentes com ou sem grau. A regra estabelecida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é fundamental para a manutenção da saúde ocular porque o País tem em média 14% a mais de radiação e a proteção de 380nm utilizada na Europa não é adequada para nosso clima tropical, comenta.
Como escolher os óculos
Queiroz Neto afirma que os olhos podem ser protegidos com óculos para ciclismo ou de segurança industrial que podem ser mais baratos e hoje têm um design que não deixa a desejar. “As lentes devem ser de policarbonato, um material inquebrável que evita ferimentos nos olhos em casos de acidentes e os óculos devem proteger inclusive as laterais dos olhos. Independente da cor, a lente deve ter filtro ultravioleta (lentes fotossensíveis protegem da radiação ultravioleta e podem ser usadas à noite sem perda de visibilidade). Quem usa óculos de grau deve manter a prescrição nos óculos para ciclismo”, conclui o médico.
Cores das lentes
No caso de lentes escuras, fique atento às cores:
Verde – melhora a visão de contraste e filtra um pouco da luz azul que também danifica os olhos.
Âmbar ou marrom – ideal para míopes e hipermétropes por melhorar a visão de contraste.
Cinza – a mais adequada para quem tem astigmatismo por reduzir o brilho e distorção de cores.
Amarela – reduz o ofuscamento no entardecer, melhora a visão de contraste à noite e a diminui durante o dia.
Informações à Imprensa – Eutrópia Turazzi – LDC Comunicação

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