segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Artigo- Trajédia em família - os verdadeiros culpados

Não é preciso ser especialista em trânsito, nem trabalhar nesta área para concluir que os acidentes aumentaram assustadoramente em nosso país. Basta ser observador para ver, sem o auxilio de lupa, a olho nu, que a situação é realmente grave. Principalmente no que se refere aos acidentes envolvendo motociclistas. Quando não são fatais, geralmente deixam as vítimas sequeladas, dependentes de tratamento médico para o resto de suas vidas.

Quem paga a conta da tragédia são os familiares, que quando não choram a dor da perda, amargam a tristeza de ver seu ente com sérias restrições, totalmente dependente de ajuda alheia. Atualmente, é muito fácil para qualquer pessoa entrar numa revenda de veículos e sair com uma motocicleta zero quilômetro de tanque cheio. Basta financiar o valor a perder de vista. Desta forma, está cada dia mais comum os pais darem aos seus filhos, como presente de aniversário na maior idade, o tão cobiçado presente.

Se você educou seu filho para a vida em sociedade, tudo bem, realmente é um presente interessante e com certeza vai agradar. Mas infelizmente essas tragédias podem acontecer a qualquer pessoa, e mesmo as mais cautelosas não estão livres de sofrer o infortúnio de um sinistro automobilístico. E não podemos nos privar de adquirir bens que irão facilitar nossas vidas, ou a vida de nossos filhos, em virtude de medo do que pode vir a acontecer. Obviamente, sem esquecer da carteira nacional de habilitação (CNH).

Em contrapartida, se você não educou seu filho para a vida em sociedade, não mostrou a ele o caminho das pedras, ele não saberá discernir o certo do errado. Inclusive no que se refere ao bom comportamento no trânsito. A educação, em sentido geral, é um a questão de berço. Entenda: berço não significa riqueza de bens, mas sim riqueza de caráter e valores indispensáveis ao convívio harmonioso entre as pessoas.

Os seres humanos são diferentes, e a forma de agir é uma peculiaridade individual. Mas não podemos esquecer que a fruta não cai muito longe do pé. Ou seja, se você foi um jovem imprudente, a possibilidade de seu filho ser igual é muito grande. Então não potencialize sua imprudência dando a ele um presente que poderá lhe causar mal, ou a outros inocentes. Afinal, se você já é pai, e usa o cérebro, vai entender o que digo.

Se a rebeldia dele for maior do que o bom senso, não poupe esforços para mostrar a ele o lado certo. Pois 'a bacia de Pôncio Pilatos' está vazia de tantos pais que lavaram suas mãos, e hoje choram nas lápides impermeáveis da saudade. Devemos parar de procurar culpados e, em vez disso, refletir honestamente, diante do espelho, pois é ali  que podemos encontrar os verdadeiros culpados. 
Autor: Maciel Brognoli

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